Quando falamos nos dias de hoje de evangelho, se tem
em mente uma mudança de vida total e completa, em todas as esferas da vida, mas
a maioria infelizmente vê a mudança de um modo errado, imaginando que será
levado a um mundo repleto de felicidade e sem sofrimento. Somos filhos de Deus,
então por que sofremos?
Esta pergunta ecoa sempre ao redor dos que se
convertem e percebem que a vida continua com sofrimento e dores, diariamente.
Todos nós nascemos em meio a dores, em dores passamos a maior parte de nossa
existência terrena, e a maioria, morre em meio a sofrimentos. Sendo assim; onde
está o Deus Soberano e Bondoso?
Sabemos que Deus é soberano sobre todas as coisas, e
que de sua vontade boa, perfeita e agradável, se cumpre cabalmente.
1. Deus mantém o cosmos organizado e funcional. “Eu
fiz a terra, e criei nela o homem; eu o fiz; as minhas mãos estenderam os céus,
e a todos os seus exércitos dei as minhas ordens.” (Isaías 45:12)
2. Deus mantém os seres viventes, pois ele é quem
comunica a vida a todos, e faz isso de forma contínua. “Na sua mão está a alma
de tudo quanto vive, e o espírito de toda a carne humana.” (Jó 12:10)
3. Deus criou todas as coisas, inclusive o mal. “Eu
formo a luz, e crio as trevas; eu faço a paz, e crio o mal; eu, o Senhor, faço
todas estas coisas.” (Isaías 45:7)
Em vista a estas verdades, como então harmonizar as
idéias em nossas mentes finitas?
O fato de Deus ser bom em nada exclui a
responsabilidade humana, e ainda não diminui a completa depravação que a raça
humana caiu quando nosso primeiro pai, adão, pecou. Portanto, o ser humano por
si mesmo, é o principal veículo da maldade na terra, sendo também seu executor.
“Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério,
prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias,
emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices,
glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como
já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de
Deus.” (Gálatas 5:19-21)
E Deus é a fonte de toda bondade; “Toda a boa dádiva
e todo o dom perfeito vêm do alto, descendo do pai das luzes, em quem não há
mudança nem sombra de variação.” (Tiago 1:17)
Então chegamos agora em um dos maiores mistérios do
evangelho, o qual afirma que Deus é inteiramente bom e mesmo assim, o mal
existe e é mantido por Ele. Como nossas mentes finitas entenderão um Deus de
grandeza insondável?
De fato, nós podemos sentir e experimentar diariamente
o cuidado de Deus nas nossas vidas, nos livrando do mal, nos dando saúde, nos
fazendo caminhar a salvo no mundo de terríveis acontecimentos. Porém, para
todos, o dia da adversidade chega, e aí Deus é colocado em cheque por muitos,
indagando acerca de sua bondade e da permissão de atrocidades. Mas, não vejo a
maioria acusar a Deus de injustiça, por salvar pecadores e os livrar de sua
condenação eterna, caminho que faziam sem esperança alguma de salvação. Também
não vejo Deus sendo acusado de ser mal por manter vivos os que contra ele
praguejam, e ainda lhes dando a oportunidade de ouvir o evangelho. Ou
sustentando com alimento, saúde, e certa porção de prosperidade aos que
blasfemam seu santo nome no meio da sociedade.
Certamente estamos em frente ao limite de nossa
compreensão humana com respeito à soberania de Deus e sua grandeza, que de
forma harmoniosa faz que a bondade e justiça dEle, conviva verdadeiramente
junto com a maldade humana, que também será cobrada de cada homem, que terá de
responder por ela perante o justo juiz, sendo Ele mesmo que dirige todos os
passos dos homens. Certamente tamanha complexidade nos faz louvá-lo por sua
muita grandeza.
E quanto a nós, os que fomos eleitos segundo a sua
santa vontade, devemos ainda mais glorificar o seu nome diariamente, inclusive
com os mais profundos sofrimentos. A palavra de Deus nos assegura que fomos
destinados a eles. Pois, pensando em eternidade, o que são os dias em que
vivemos nesta vida terrena, talvez 80 ou 90 anos, às vezes 12, ou 33 anos, não
importa, mas o que é esse tempo na eternidade? Talvez como um pingo de água que
cai de um balde, ou um grão de areia no deserto. Observando o exemplo do
apóstolo Paulo, que chama esta vida de “leve e momentânea tribulação”, devemos
com esperança aguardar a restauração de todas as coisas, o novo céu e nova
terra, nos quais habita a justiça.
O apóstolo Paulo, inspirado pelo Espírito Santo
escreve: “Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente
não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada. Porque a
ardente expectação da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus. Porque
a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a
sujeitou, na esperança de que também a mesma criatura será libertada da
servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque
sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora.
E não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também
gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo.
Porque em esperança fomos salvos. Ora a esperança que se vê não é esperança;
porque o que alguém vê como o esperará? Mas, se esperamos o que não vemos, com
paciência o esperamos. E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas
fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito
intercede por nós com gemidos inexprimíveis. E aquele que examina os corações
sabe qual é a intenção do espírito; e é ele que segundo Deus intercede pelos
santos. E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles
que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Porque os
que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu
filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que
predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou;
e aos que justificou a estes também glorificou.” (Romanos 8:18-30)
Louvado seja Deus!
ÓTIMO TEXTO LUIZ... QUEM SABE ESSE VAI PARA O LIVRO...
ResponderExcluirGostei muito do texto também, bom para ir pro livro, só faço uma sugestão.
ResponderExcluirNo primeiro parágrafo foi feita uma pergunta muito forte, talvez seja interessante fazer um último parágrafo de conclusão do próprio autor respondendo de forma objetiva a pergunta feita no início.