por Leonardo Verona
Ao analisarmos a liderança política no Brasil nas últimas décadas, o cenário não é nada animador. Dia após dia surgem diversos escândalos políticos. A credibilidade dos nossos representantes está a cada dia mais manchada. Para piorar, muitos políticos que se denominam evangélicos, ao chegarem no poder, praticam os mesmos atos corruptos dos demais. Esta situação nos leva, muitas vezes, a nos tornarmos céticos ou até mesmo termos uma certa repulsa a tudo que envolva política.
Mas, o que nós cristãos podemos fazer para
mudar este quadro? Será que existe alguma solução? Antes de responder estas
questões, precisamos primeiro analisar como o evangelicalismo brasileiro tem
lidado com o engajamento político.
Os evangélicos, de maneira geral, encaram a
atuação política como algo inferior, isto quando não é considerada uma
atividade “mundana”. Esta maneira de pensar está intimamente relacionada a uma
cosmovisão medieval, onde apenas atividades ditas “espirituais” são
importantes. Logo, nesta visão de mundo, atividades relacionadas à igreja, como
cultos, jejuns, oração, evangelização; são elevadas a um patamar superior às
atividades consideradas deste mundo, como as questões sociais e políticas.
É importante quebrarmos aqui com esta noção
equivocada. Já que, se nós cristãos, que dizemos ter a Verdade, nos afastarmos
de toda atividade política, que esperança restará a nossa nação? Se assim
agirmos, estaremos entregando de bandeja o controle político do país ao
“mundo”.
Ao analisarmos a Carta de Paulo aos
Colossenses, nos deparamos com a verdade de que Cristo reconciliou consigo
mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus (Cl 1.20). Logo, o escopo
redentivo envolve nada mais, nada menos do que todas as coisas. Então, a missão
da fé cristã não se restringe ao evangelismo, nem tão pouco a atividades
eclesiásticas. A igreja recebeu de Cristo a autoridade para atuar em todas as
esferas da vida humana, inclusive na política, restaurando aquilo que foi
distorcido pelo pecado, para a glória de Deus.
Então, para começar a mudar este quadro
desesperador da liderança política nacional, devemos entender que os princípios
das Escrituras podem e devem ser aplicados em todas as áreas da vida. Devemos
nos engajar politicamente, não necessariamente concorrendo a um cargo público
ou filiando-se a um partido, mas pressionando nossos governantes a seguirem os
princípios da Palavra.
Vivemos num país democrático, onde existem
diversos mecanismos de controle, como as eleições, onde podemos escolher nossos
representantes, e as instâncias de participação social, onde podemos expressar
as nossas demandas. Nós cristãos, não devemos negligenciá-los, mas utilizarmos
estes mecanismos para transformarmos a realidade política da nossa nação.
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